Sinto-me um privilegiado em nascer e viver nesta terra onde tanta coisa original e anormal se verifica. Por obra, graça e dotes do governador, tudo se passa com a maior das naturalidades como se os madeirenses não fossem pessoas, mas sim carneiros. Dizem que o planeta Terra é muitíssimo grande, que possui centenas de países, milhares de ilhas e logo aqui é que se passam situações que não se verificam em mais lado nenhum, já é preciso ter sorte. Vou referir algumas situações que considero dignas, que demonstram que somos de facto um povo superior.
Temos um desgoverno regional que devia de dizer aos cidadãos quantas centenas de milhões de contos é que já derreteram com o futebol profissional, que é a nossa principal indústria e muito tem contribuído para o desenvolvimento e bem-estar deste povo abençoado.
Temos o privilégio de ter um chefe de governo que viaja muito para o estrangeiro, não se sabendo o que vai fazer, pois as viagens, além de serem luxuosas, são consideradas secretas.
Onde já se viu, em parte alguma, um pasquim de propaganda a que eles chamam de jornal ser pago pelos contribuintes, que mais parece o álbum fotográfico do patrão e onde o dono escreve páginas inteiras de propaganda pessoal e política? Esta é mais uma originalidade não só regional, como planetária. Mas é curioso verificar que, se nalguns lugares o pasquim é distribuído, noutros estão a monte e verifica-se pessoas a levar três ou mais exemplares, o que em tempo de crise me leva a pensar que estão a fazer concorrência desleal ao papel de primeira necessidade que tem muita procura nos supermercados, sendo fácil adivinhar o fim que é dado ao pasquim. Vejo uma criatura que é o exemplo supremo da democracia voar para o Algarve e gritar que o governo socialista é uma máfia. Mas não tem muito tempo, a mesma criatura incitou os jovens do seu partido, aqui na região, a procederem como a máfia.
Por que não fazer uma revisão à constituição da cabeça de certas criaturas sendo o local ideal a Casa de Saúde de São João de Deus?..
A. G. Mendonça
Com a devida vénia do DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA
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